A partir do final do século XIX iniciou-se o processo de industrialização russa. Tal industrialização era de caráter dependente dos capitais estrangeiros. A produção era voltada para a exportação. Foi favorecida pela enorme oferta de mão-de-obra gerada pelo êxodo rural e se circunscreveu geograficamente aos grandes centros urbanos, Moscou e Petrogrado, e à Legião do Don, destacando-se seu alto grau de concentração. As empresas russas eram comparáveis em complexidade às grandes empresas industriais norte-americanas e alemãs: trustes e holdings.
Essas condições tiveram conseqüências sociais importantes: o proletariado, ainda que em número reduzido, apesar do evidente crescimento numérico, concentrou-se em algumas cidades. Embora fosse de origem camponesa, logo se desligou do campo, não apenas pelas condições de trabalho como também pela ação que junto a ele exerceram os partidos revolucionários. Greves e motins eram constantes. As difíceis condições de vida agravaram-se a partir de 1905 com a desvalorização dos salários e a alta constante de preços, além de forte taxa de desemprego.
Notava-se uma imensa fraqueza da burguesia russa, uma vez que a maior parte das terras estava com a nobreza e o grande capital industrial estava em mãos de estrangeiros. A partir do desenvolvimento da industrialização, as pequenas empresas foram progressivamente eliminadas e os capitalistas russos tiveram de se contentar com o controle de empresas pequenas e médias, sem possibilidade de concorrência com as estrangeiras.
Grande parte dos elementos burgueses voltava-se para o Liberalismo no sentido do estabelecimento de um regime constitucional, mas a própria estrutura política do regime czarista impossibilitava a existência de uma oposição moderada, em moldes burgueses.
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